Madonas Brasileiras

A exibição é da mais recente e inédita produção da artista, composta e agrupada por três trabalhos – duas grandes séries de pinturas, têmperas (técnica de pintura), vídeo e uma obra realizada especialmente para o espaço do museu.  Com curadoria de Manu Grossi, a mostra abriga quase uma centena de trabalhos, que são realizados em variadas técnicas, formatos e suportes. Revelam os principais assuntos e interesses de pesquisa da artista em toda sua carreira, são eles: a maternidade, a família, o retrato, a apropriação da imagem fotográfica, o lugar da mulher branca e negra na sociedade e sua representação.

As Madonas são telas feitas a partir de fotografias das escravas conhecidas como amas de leite, um registro comovente e perturbador de parte da história do Brasil. “Foi um esgotamento emocional dessas imagens, repetindo, desdobrando, buscando uma aproximação a essas histórias, negras e crianças”, conta Lenora.

Em outro trabalho, “Folhas e Ossos”, são exibidas três pinturas em grande formato feitas diretamente nas paredes da sala expositiva e que recebem paisagens estratificadas, duos cromáticos de silhuetas de folhagens e ossadas inventadas como se realizassem um poema sobre a memória, sobre a pele, sobreposições de formas e contraformas.

“Espaços para o esquecimento” é o terceiro conjunto de obras e consiste em várias páginas, composições realizadas com a técnica de transferência de imagens e textos apropriados de jornais, revistas, fotografias e livros. São folhas diagramadas geometricamente e quase ilegíveis.

Os três grupos formam um grande corpo, uma única obra que  abre um diálogo sobre a memória, a história contada através das camadas e sobre a própria pintura pós advento fotográfico, seu corpo, seu pensamento.  A exposição conta com o apoio da AM Galeria e Arte Molduras.